28/11 – Dia da padaria



Hoje encontramos um adolescente preso em um prédio que parecia ser de uma padaria. Eu e meus amigos, conseguimos entrar e resgatá-lo. Até aí tudo bem, o adolescente era muito barulhento e tentamos fazer ele calar a boca para não chamar atenção de todos os andarilhos da cidade (ou do estado). Às vezes é estranho pensar que já se passaram 3 meses desde que esta epidemia virulenta começou.. já é difícil ter qualquer notícia precisa sobre o que está acontecendo no resto do mundo, ou se algum dia irão achar uma solução para este problema.
No local em que encontramos o rapaz, que se chama Antônio, também haviam algumas coisas interessantes como açúcar, sal e farinha de trigo. Bens que não hesitamos em pegar enquanto saímos às pressas do local.
Lá dentro também encontramos um mapa em cima de uma mesa que estava mais suja que o mapa. Neste mapa estava a cidade de Balneário Camboriú com informações importantes como o fato da ponte da BR101 saindo de Balneário Camboriú em sentido sul foi dinamitada. Além disso, havia muitos pontos vermelhos, que Hector, sendo um bombeiro, identificou como pontos de concentração dos militares, nesta época, boa indicação do que evitar. Havia também um rádio de curta frequência lá dentro, de um soldado que havia morrido e virado um ambulante. O rádio começou a chamar e eu tentei despistar os outros soldados para que não viessem até o local, mas antes não o tivesse, eles vieram mais rápido até o prédio acreditando que seu colega havia sido morto por nós! Claro que o abatemos, mas ele já era um zumbi.
Num ato de loucura saímos do local às pressas, conseguimos um carro na rua e partimos em disparada, um dos soldados atirou em nosso carro, mas por sorte um dos nossos acertou ele e ele não conseguiu acertar nenhum de nós. Ainda assim a força militar estava em nosso encalço, pedindo para que nos rendêssemos através da rádio FM comunicação militar com civis.
Buscando a melhor rota de fuga, fomos parar em uma casa no interior do bairro Ariribá aqui em Balneário Camboriú mesmo, onde estamos passando a noite. A casa pertencia a um casal que estavam já infectados e mortos quando chegamos no local. Havia no quintal dos fundos uma menina que encontramos acorrentada. Parece, pelo que disse Hector, que eles foram mordidos enquanto tentavam alimentá-la, e que provavelmente era sua filha.


A casa é segura, apesar de ser perto de um dos postos militares, o adolescente deu algumas ideias para manter o local mais discreto, espero que seja o suficiente pelo momento. Foi pura sorte encontrar tal casa com placas de energia solar e água na caixa. Será possível passar uma noite decente afinal. Só me preocupa esse garoto que encontramos, ele foi abandonado por outro grupo, ninguém abandona um adolescente sem um bom motivo, seria muito desumano.
Só me resta acreditar na sorte, e me preocupar com os horrores pela manhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário