29/11 - Fogo fim

Acordamos em uma cela, todos na mesma cela e Antônio estava presente! Já etávamos achando que passaríamos a noite trancafiados numa cela de 2x2metros com o nosso amigo adolescente todo ferido e desacordado. Eis que surge um soldado falando que o superior deles tinha uma proposta: um dos nossos teria que lutar com ele em uma batalha que ou nos libertaria ou nos manteria ali. Aldo (que tinha visto o ringue e já estava maluco para subir lá e praticar boxe) se ofereceu e foi. Assistimos da jaula os gritos e aos gritos a luta. Pensamos que Aldo fosse perder, pois começou apanhando, mas deu uma resposta com tanta força que nocauteou o cara, e continuou batendo se os militares não o impedissem, talvez matasse o cara esmurrando.
Diante de tamanha violência, os subalternos ficaram muito confusos, pois não imaginavam que seu líder ia perder, mas todos eram mais fracos que ele e não se arriscariam a lutar contra Aldo, mesmo ele estando cansado. Mesmo a contragosto honraram o trato de seu superior e nos libertaram, sem deixar que levássemos nada. Saímos de lá carregando o Antônio, ainda desacordado. Pegamos algumas coisas na floresta para lhe fazer uma maca e diminuir o risco desse transporte. Somente depois de tudo isso encontramos um descanso...
Deveria ser mais de meia noite quando entramos em um hotel de estrada no alto do morro. Vasculhamos o local tomando muito cuidado para ver se não havia presença de andarilhos no local. Aparentemente o hotel estava limpo, provavelmente evacuado no início da epidemia. Incrivelmente conseguimos comida e água quente para o banho. Aldo preparou uma janta, e discutimos planos para o próximo dia. Sabemos que os militares não vão largar do nosso pé, afinal nos soltaram a contra-gosto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário